Eckhart Tolle: a importância de achar o equilíbrio entre o fazer e o ser

Muitas vezes, em meio às demandas do dia a dia, nós perdemos completamente o contato com o nosso próprio ser, preocupados apenas com todas as coisas que temos que fazer. E o resultado é este: mais estresse e mais cansaço.
Nesse sentido, compartilho um trechinho da entrevista que fiz com Eckhart Tolle no livro Palavras de Poder, onde ele faz uma bela síntese desse assunto.
É isso aí, que o nosso fazer seja, sempre, um caminho para o nosso ser.
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DE QUE FORMA O ESTADO DE PRESENÇA SE RELACIONA COM TUDO AQUILO QUE PRECISAMOS FAZER NO NÍVEL PRÁTICO? COMO ALIAR ESSE REPOUSO NO MOMENTO PRESENTE COM A NECESSIDADE DE AGIR NO COTIDIANO?
A coisa mais importante na vida é justamente encontrar esse equilíbrio entre o fazer e o Ser. Às vezes, o que a existência pede de nós é que não façamos nada, que simplesmente nos recolhamos à dimensão mais profunda do Ser. Muitas vezes, contudo, o que a vida exige de nós é uma ação prática no mundo. Agora, é preciso atenção para saber lidar com essas questões práticas e, ao mesmo tempo, não sermos aprisionados por elas, não perdermos o contato com o Ser. E a nossa presença é que nos mantém em contato com essa dimensão do Ser. Na realidade, estar em contato com o Ser não significa que iremos descuidar do que deve ser feito no nível prático. Pelo contrário. Nossas ações tornam-se muito mais fáceis e eficientes, pois o poder do próprio universo flui para aquilo que fazemos. Na verdade, nesse estado de presença, tudo o que você faz se torna uma coisa sagrada. Seja trabalhar no escritório, lavar a louça, conversar com alguém, não importa; tudo aquilo que você faz se torna sagrado, pois você o faz a partir do contato com a dimensão mais profunda do Ser.
É essencial encontrar esse equilíbrio entre o Ser e o fazer. É esse equilíbrio que nos permite ter uma vida sã, criativa, uma vida em que o nosso fazer torna-se algo gratificante por si só. Assim, em vez de ficarmos estressados, apegados a um resultado que desejamos alcançar no futuro, nós apreciamos o fazer e a própria realização que é o momento presente. Em suma, fazer é importante, sim, mas muito mais importante é o estado de consciência que está por trás do fazer.